Em audiência pública realizada nesta terça-feira (28), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o novo CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, afirmou que a varejista “não pode mais errar” se quiser sobreviver após entrar em recuperação judicial em janeiro deste ano. A empresa declarou inconsistências fiscais de R$ 20 bilhões e dívidas no valor de R$ 43 bilhões, o que gerou suspeitas de fraude e está sob investigação.
Pereira disse que a companhia tem possibilidade de superar a crise, comparando o plano de recuperação judicial da Americanas aos demais planos de varejo brasileiros. Ele reforçou que a Americanas é um ativo resiliente, formado por 40 mil pessoas, que continua gerando emprego e faturamento, mesmo após a recuperação judicial.
Pereira admitiu que a varejista não tem “mais capacidade de levantar recursos pelo sistema financeiro” e que, por isso, a empresa precisa de ajuda de seus acionistas para continuar operando. Ele reiterou que o plano de recuperação judicial da Americanas é muito melhor do que o de outras empresas de varejo do Brasil e que foi construído por várias mãos, já conseguindo reunir credores.
A audiência pública contou com a presença do presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que afirmou considerar que a PwC, responsável pela auditoria da empresa, tem responsabilidade no colapso financeiro da Americanas. A PwC foi informada do problema no dia 9 de janeiro, dois dias antes de o rombo ser divulgado ao mercado. O representante da PwC foi convidado a participar da audiência, mas não compareceu.