Entender as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis para a escoliose ou outros problemas da coluna, e desmistificar como o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na busca pela recuperação e prevenção.
Nesta sexta (6) recebemos o Doutor Djalma Amorin, ortopedista e especialista em coluna para falar sobre o tema no programa Sociedade Urgente. A escoliose afeta cerca de 3% da população mundial, podendo causar não só questões estéticas, mas também problemas de saúde que comprometem a qualidade de vida dos pacientes.
A escoliose é uma condição que afeta pessoas de diferentes idades, tendo grande incidência entre os jovens, iniciando na adolescência, porém, pode surgir na fase adulta, com o avanço da idade, decorrente da degeneração de discos da coluna vertebral e de suas articulações, lesões como fraturas e osteoporose. “Normalmente o que acontece, a coluna desvia em C, […] o organismo é tão bom que ele faz uma outra curva para corrigir você de lado, por isso é um S”. Entre os tipos de escoliose, a mais comum é a escoliose idiopática, ou seja, “sem causa definida”.
Para além do diagnóstico precoce, o especialista alerta para a importância da atividade física e dormir bem com o objetivo da prevenção. “Fortalecer nossa musculatura, corrigir nossa ergonomia, começa desde o momento que a gente vai dormir. Então eu preciso de um colchão ortopédico com a densidade compatível com o meu peso e minha altura”. Ele ainda recomenda “levantar de lado, sento, fico um pouco sentado, principalmente o paciente idoso porque quando o paciente idoso levanta da cama de vez ele pode ficar tonto e cair.
alonga”
Entre os sinais comuns de escoliose, podemos destacar: ombros e quadris assimétricos, sendo que um lado é mais alto do que o outro, cintura e costelas que parecem ser desviadas para um dos lados do corpo, mamilos em alturas diferentes, caixa torácica que parece ser maior de um lado, em comparação ao outro, pernas aparentando ter tamanhos diferentes uma da outra, é possível ver as escápulas de apenas um dos lados do corpo, desconforto muscular e fadiga nas costas após permanecer um longo período na mesma posição.
A escoliose tem cura e quanto mais cedo ela for diagnosticada no paciente, especialmente em períodos como a pré-adolescência, melhores as chances de recuperação do paciente. Cada caso deve ser avaliado por um profissional especializado em Ortopedia com possibilidades de tratamento que variam de exercícios para melhora de tônus muscular, utilização de medicamentos, fisioterapia e até cirurgias para correção da coluna do paciente.
Durante a pandemia, houve maior discussão sobre a Sarcopenia “porque as pessoas ficaram muito tempo deitadas e com isso perderam massa muscular. Então a sarcopenia ocorre normalmente no paciente mais velho, com a maturidade maior, por perda de massa”. A sarcopenia é uma doença que afeta a musculatura esquelética, caracterizada pela redução da força e da massa muscular
Quando o assunto é a prevenção, a atividade física é a protagonista, não somente para doenças ortopédicas, mas também para diversos aspectos da qualidade de vida. “A gente precisa de um hormônio chamado endorfina, o hormônio do prazer. Então, ao fazer atividade física você passa a ter esse hormônio, no dia que você não vai você sente falta”, diz Djalma. “Melhora a atividade [durante o dia], melhora a circulação sanguínea, melhora o tônus muscular”, completa.
Ao falar sobre hérnias, Doutor Djalma sinaliza que “os lugares mais comuns de hérnia são a coluna cervical e na lombar. Aparece por doença genética, cigarro, sobrecarga, sobrepeso, atividade física feita de forma irregular ou inadequada”. Cerca de “80 a 85% dos pacientes que possuem hérnia podem ser assintomáticos, ou seja, hérnia não é sinônimo de dor”, pontua o médico.
No caso das mulheres, Amorin explica que “quando chega na maturidade, principalmente mulheres brancas, menopausadas, ela tem uma tendência maior a perda de massa óssea, o que a gente pode chamar de osteopenia e patológico osteoporose”.
Muitas recorrem à hidroginástica como obtenção de massa muscular, mas o especialista explica: “Quando você faz hidroginástica, […] a densidade da água me possibilita que eu consiga carregar [maior peso]. Significa que eu não tenho contra resistência na água e normalmente uma paciente osteoporótica, uma paciente menopausada, branca, que é a maior incidência, precisa de exercícios de contra resistência para ganhar massa. Então, eu sempre oriento que o melhor exercício é o pilates ou academia”.
Para correto diagnóstico e tratamento procure um médico especialista credenciado pelo Conselho Federal de Medicina com Registro de Qualificação de Especialidade (RQE)
Assista a entrevista na íntegra no canal da Rádio Sociedade da Bahia: https://www.youtube.com/live/y_YgRf9kZjo?si=pcBzZRweTrEv7D6x