Neste sábado (25), Dia Nacional da Baiana de Acarajé, milhares de mulheres que representam Salvador, a Bahia e o Brasil diariamente, com a produção do acarajé, serão homenageadas com uma programação especial, produzida pela Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam), com o apoio da Prefeitura. A celebração da data vai movimentar o Centro Histórico da cidade com missa, cortejo, entrega de kits, almoço para convidados e shows, dentro da programação do Novembro Salvador Capital Afro.
“Essa festa já acontece há 39 anos, antes mesmo da Abam, que tem 32 anos. Para a gente é sempre bom e esse ano está sendo melhor ainda, porque todos os anos eu fico desesperada pedindo a um e a outro uma colaboração para que a festa possa acontecer e esse ano vai ser diferente. Esse ano, 90% dos problemas foram resolvidos, pois a Prefeitura tomou à frente. Tem sido um apoio muito importante”, ressaltou a presidente da Abam, Rita Santos.
A programação teve início na terça-feira (21), com a instalação da mostra fotográfica “Crias do Dendê”, no Terreiro de Jesus e Praça da Sé, apresentando 50 fotos, em tamanho 1,60cm x 80cm, de 50 baianas e baianos do acarajé. As fotos foram feitas pelo fotógrafo Mário Edson e instaladas nos postes de iluminação da região. Mostram, além do rosto da baiana ou do baiano homenageado, o seu nome e as informações sobre onde encontrar o tabuleiro.
“É muito importante apoiar a categoria, que é um patrimônio cultural da nossa cidade, do estado e do país. A baiana representa Salvador, representa a Bahia. O acarajé, o abará, a cocada, a passarinha, o bolinho de estudante e todos os quitutes que vêm daquele tabuleiro mágico maravilhoso representam o melhor do que nós temos a oferecer, que é a nossa culinária, o nosso povo e a nossa essência”, destacou o diretor de Turismo da Secult, Gegê Magalhães.
Celebração – No dia 25, data da comemoração, uma missa será celebrada pelo padre Lázaro Muniz às 10h, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. Na ocasião, a Abam irá representar as cerca de 3,5 mil baianas e baianos que atuam em Salvador e os milhares que simbolizam a cidade em todo o país e até no exterior, como Portugal, Austrália, Suíça, França, Inglaterra e Estados Unidos.
Em seguida, haverá um cortejo até a Cruz Caída, na Praça da Sé, acompanhadas pelo grupo percussivo Tambores e Cores, do Mestre Pacote. No Memorial das Baianas e sede da Abam, será oferecido almoço para as baianas e acompanhantes. Segundo Rita Santos, são esperados 400 profissionais no evento. A programação conta ainda com a apresentação das bandas Di Papo, Cangerê de Sinhá, Samba Trator e Viola de Doze.
Entrega de kits – Durante a festa, está prevista a entrega simbólica dos 580 kits que serão doados pela Prefeitura às baianas, compostos por um tabuleiro de jacarandá, um ombrelone (sombreiro), uma vestimenta, com a técnica de bordado recortado Richelieu e 100% algodão, duas caixas térmicas, uma placa de sinalização, cinco colheres de polietileno, uma lixeira e um protetor de fogareiro.
Festa e alegria – Rita Santos faz questão de confirmar o simbolismo da baiana pelo mundo. “Antigamente se dizia que a baiana era a cara de Salvador. Hoje não é mais, hoje é a cara do Brasil, porque para onde você vai, outros estados, qualquer lugar que você vai, quando fala em Brasil, logo fala-se em uma baiana. Eu fui na Tunísia, me vesti de baiana lá e todos que me viam falavam: ‘Bahia, Bahia’. Já no Benin, quando as pessoas me viram vestida de baiana, falaram: ‘Brasil’”.
A presidente da Abam destacou, ainda, a grande alegria que é para as baianas participar da festa dedicada a elas. “A gente tenta trazer baianas não só de Salvador, mas de outros municípios também e é um momento de encontro e de confraternização, pois muitas delas só se conhecem pelo WhatsApp. Muitas baianas que pararam de trabalhar porque ficaram doentes, também vêm com o torço na cabeça e quando elas têm esse encontro, elas se renovam”.
Dia da Baiana Feliz – A Prefeitura, por meio da Secult e da Secretaria Municipal da Repraração (Semur), também está apoiando a Abam na realização da campanha Dia da Baiana Feliz. A primeira ação da campanha é a venda, até este sábado (25), de um voucher de R$10 que dará direito a um acarajé, com ou sem camarão, a ser trocado no Memorial das Baianas no dia 25 e em 16 tabuleiros de baianas espalhados por Salvador, no dia 26 de novembro.
O voucher poderá ser adquirido em tabuleiros, bares, restaurantes, diversos tipos de outros empreendimentos e por meio de QR Code em panfletos que estão sendo distribuídos no Memorial das Baianas. A renda será revertida para a Abam para apoio às baianas.
Reconhecimento – O ofício das baianas de acarajé é patrimônio cultural do país, inserido no Livro dos Saberes em 2004. As baianas de acarajé também são patrimônio imaterial da Bahia, desde 2012, e o acarajé é patrimônio cultural de Salvador desde 2002, com a publicação da Lei Municipal Nº 6.138/2002.