A Shein declarou que não tem planos de repassar novas taxas aos seus consumidores no caso do fim do programa de Remessa Conforme. A empresa afirmou que absorveu o pagamento do ICMS estadual de 17% quando o programa foi implementado em 2023, mas considera inviável repassar uma tributação que pode chegar a mais de 90%. A declaração foi feita por Marcelo Claure, vice-presidente global da Shein, em entrevista à Folha de São Paulo.
Com o possível término da Remessa Conforme, a varejista prevê uma queda nas remessas tributadas, o que afetaria uma parte significativa das receitas dos Correios e parte da arrecadação dos estados. Além da Shein, outras empresas como Aliexpress, Amazon, Magazine Luiza, Mercado Livre, Shopee e Sinerlog Store estão habilitadas no programa.
O programa Remessa Conforme isenta o Imposto de Importação em compras de até US$50. O fim deste benefício foi proposto pelo deputado federal Atila Lira (PP) no relatório do projeto que cria o Mover, programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação. A mudança ainda precisa ser votada na Câmara dos Deputados e no Senado, e posteriormente ser sancionada ou vetada pelo presidente Lula (PT).
A Shein destacou que representa menos de 3% do varejo nacional e opera no Brasil através da produção local de roupas. A empresa ressaltou que 55% de suas receitas vêm de vendedores brasileiros.