Silvana Oliveira recebeu nesta sexta-feira(6) no Conexão Sociedade, o historiador e pesquisador Rafael Dantas que abordou e contou detalhes sobre a data marcada para a independência do Brasil
No final da manhã de sexta-feira(6) o Conexão Sociedade, apresentado por Silvana Oliveira, entrevistou o historiador e pesquisador Rafael Dantas para falar sobre a importância do 7 de setembro para os baianos e os contextos que se sucederam após essa data significativa e hegemônica na cultura brasileira.
As lutas pela independência do Brasil tiveram mais pontos a serem vistos e conhecidos pelos brasileiros do que realmente é contado, as batalhas ocorridas nas diversas províncias da época definiram para o Brasil a hegemonia e independência de Portugal. “Ao longo do tempo se cunhou, quase se sacralizou essa ideia de uma história sudestina, de uma importância, de uma construção apoteótica do próprio Pedro I, do 7 de setembro e da relevância do Rio e de São Paulo para a história brasileira. E isso evidentemente é um recorte muito proposital, do próprio desenvolvimento econômico social do Brasil, tanto no século XIX como no decorrer do século XX, muitos historiadores inclusive seguindo esse fluxo de narrativa foram responsáveis por essa ideia.” disse o historiador.
Os baianos reconhecem a importância do 2 de julho e o significado que essa data traz e como decorreu as lutas para a libertação de Portugal, da participação das cidades do recôncavo baiano, em especial a cidade heróica, Cachoeira. “O nordeste é palco fundamental de todo esse processo do que a gente chama de independência do contexto brasileiro, porque o 7 de setembro, é importantíssimo e ele ficou no imaginário das pessoas como algo apoteótico[…]” menciona Rafael, e continua, “A batalha, o enfrentamento, a resistência ao longo dos meses, dos anos de conflito, se deu em outras províncias. Se deu na Bahia, se deu em Pernambuco, no Maranhão, se deu no Pará “, disse Rafael Dantas.
O que marca o 2 de julho como uma data significativa é a participação popular nessa guerra, aos que foram citados nos livros de história e aos que lutaram mas não foram conhecidos pelas páginas brancas. “Nosso dever aqui é colocar o outro ponto de vista, é entender o 7 de setembro, entender o processo de independência, como algo que está além de São Paulo principalmente, Rio de Janeiro e toca principalmente na Bahia, toca no que hoje nós comemoramos de forma tão enfática com o 2 de julho que é comemorado no ano seguinte, desde o século XIX, pós 1823, que lembra de fato a participação das pessoas, dos negros, das mulheres.” conclui o Historiador.