Em 63 anos de existência, Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia (APPM-BA), pela primeira vez, a associação tem uma mulher na presidência. A Cabo PM Alaíce Gomes iniciou a sua gestão de quatro anos no dia 15 de outubro, juntamente com o seu vice, o sargento Jackson Barreto dos Santos, da Polícia Militar da Bahia (PM-BA).
Logo após a sua eleição, com uma extensa pauta de reivindicações dos policiais e bombeiros militares, Alaíce garantiu que o foco será “manter um bom diálogo com o governo para que alguns desses direitos sejam adquiridos”.
Durante entrevista no programa Sociedade Urgente, da Rádio Sociedade da Bahia, a presidente da associação conta sobre qual é a visão da sua gestão e algumas dificuldades que os policiais passam como a falta do plano de promoção e do plano habitacional.
“Nós temos algumas pautas que é a questão da valorização profissional e plano de carreira. Perdemos em 2014 o plano habitacional, é uma grande reclamação. E morar em área periférica e combater o crime é bem complicado, a gente não tem opção! As pessoas enxergam os policiais e os bombeiros militares como heróis, mas como algoz, então você está ali ao lado do criminoso que tem que combater e por falta de opção”, disse a Cabo PM Alaíce Gomes.
Alaíce ainda reforça que no quesito de remuneração para policiais e bombeiros militares, o nordeste fica entre o quinto e sexto lugar, se classificando como uma das piores remunerações do país.
“Temos uma das piores remunerações do nordeste, estamos entre o quinto e o sexto lugar em remuneração, e a gente não consegue manter um aluguel ou fazer uma aquisição de um imóvel sem um plano habitacional”, informou a atual presidente da associação.
Conheça a história da APPM-BA
A Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia – APPM-BA, fundada em 15 da outubro de 1959, sob o protetorado de São Jorge e com a denominação de Centro Social Beneficente dos Cabos e Soldados da Polícia Militar da Bahia reconhecida como utilidade pública pela lei estadual nº 1948, de 18 de dezembro de 1963, e lei municipal nº 2405, de 30 de agosto de 1972.
Conquistando avanços significativos, a entidade vem se espalhando por todo o estado com a criação de várias regionais como a 1ª Regional – Ilhéus, 2ª Regional – Alagoinhas, 3ª Regional – Itabuna, 4ª Regional – Jequié, 5ª Regional – Feira De Santana, 6ª Regional – Vitória Da Conquista, 7ª Regional – Eunápolis e a 8ª Regional – Irecê.
Quanto aos valores, a APPM-BA preza pelo respeito, pela ética, pela responsabilidade, pelo comprometimento, pela eficiência, pela transparência, pela fidelidade e pela luta na defesa dos interesses de seus associados policiais e bombeiros militares, buscando cada vez mais, está próximo dos mesmos com o objetivo constante de conquistar a sua valorização profissional perante ao Governo do Estado e à sociedade baiana.
A inclusão de mulheres na Polícia Militar
O estado de São Paulo foi pioneiro na inclusão do sexo feminino na PM a partir da criação do Corpo De Policiamento Especial Feminino na década de 50. No entanto, foi somente a partir da década de 1970 que as diversas Polícias Militares no país realmente se abriram ao ingresso de mulheres.
Nos últimos 35 anos, o sexo feminino aumentou sua participação na PM, passando a representar quase 15% do efetivo nacional. Algumas dessas mulheres ocupam hoje cargos de alto escalão e, após muita luta por reconhecimento, passaram a ser vistas e tratadas como iguais dentro da corporação.
Uma nova turma de aspirantes oficial da Polícia Militar Da Bahia foi formada, no dia 6 de setembro de 2022, com predomínio de mulheres. Elas representam 63% do contingente, enquanto os homens são 37%. Finalizaram o curso de formação 78 alunos, sendo 49 mulheres e 29 homens.
Fotos: Bruno Cerqueira / Rádio Sociedade da Bahia e Arquivo PM-BA.