De acordo com as informações divulgadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), a funcionária relatou que que era chamada de “urubu de macumba” e “nega feiticeira”. O patrão também fazia comentários como “gosto tanto de preto que tomo café mastigando”.
As agressões ocorreram enquanto a a auxiliar de cozinha trabalhava em um restaurante na cidade de Feira de Santana. A vítima atuava no local desde 2011 e afirmou que em 2020 também foi agredida fisicamente sendo puxada pelo braço ocasionando lesão no punho.
A funcionária registrou o boletim de ocorrência e durante perícia foi comprovado o edema na mão e no pulso. A esposa do proprietário tentou intervir sendo testemunha no processo e alegou que a ofensas racistas eram apenas “brincadeiras sem maldade”.
Tratar ofensas racistas como “brincadeiras” é denominado “racismo recreativo e faz parte do racismo estrutural. O TRT-BA explica que “o ato do empregador se entender no direito de agredir fisicamente a empregada é, também, uma manifestação física das palavras racistas já expressadas em suas ‘brincadeiras’, ao exercer sua pretensa superioridade e desumanizar a vítima ”.
O juiz determinou a indenização em R$ 50 mil reais e determinou que o caso fosse encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para as devidas providências. O restaurante chamado Tempero de Casa foi fechado.