Considerado um dos mais bem-sucedidos e influentes produtores dos últimos tempos, o lendário Quincy Jones faleceu, aos 91 anos, em Bel Air, Los Angeles. Segundo informações do assessor, Arnold Robinson, o músico fez sua passagem ao lado de familiares, pacificamente em sua residência.
Quincy produziu grandes sucessos da música, diversas delas consideradas “eternas”, atuando com artistas como Michael Jackson, Aretha Franklin, Ray Charles e Frank Sinatra. Alcançou uma extensa lista de premiações, com 28 Grammys, dois Oscars honorários e um Emmy.
Com o Rei do Pop, Michael Jackson, Quincy Jones foi produtor dos álbuns “Off The Wall” (1979), “Thriller” (1983), que vendeu mais de 20 milhões de cópias apenas no ano de lançamento, e “Bad” (1987).
Ele também produziu o projeto que reuniu 46 estrelas do Pop e do Rock, “We are the World” que tinha como objetivo arrecadar fundos para a luta contra a pobreza na África. A reunião contou com a participação de artistas como Bob Dylan, Lionel Richie, Billy Joel, Stevie Wonder, Cindy Lauper, Tina Turner e Bruce Springsteen.
Nomeado um dos músicos de jazz mais influentes do século 20 pela revista Time, Jones foi responsável por arranjos de Frank Sinatra e Ella Fitzgerald, participou de turnês com músicos de jazz como Count Basie, Lionel Hampton e Billy Holiday.
Na TV, ele também está presente sendo o autor da trilha de abertura da série “Um Maluco no Pedaço”. Assinou a trilha sonora da produção estadunidense “A Cor Púrpura” (1985), tendo concorrido no Oscar de 1986 como Melhor trilha sonora, Melhor canção original e no Globo de Ouro como Melhor trilha sonora.
Nascido em Chicago, passou um tempo envolvido com gangues da região, mas a música o chamou. Começou a tocar piano na casa de um dos vizinhos e anos depois estava tocando trompete, se tornando amigo de Ray Charles.
Se tornou vice-presidente da gravadora Mercury Record em 1960 e em 1971 se tornou o primeiro diretor musical negro de uma cerimônia do Oscar.
Já no Brasil, o produtor trabalhou com Milton Nascimento, com quem mantinha uma amizade pessoal. Atuou com Ivan Lins e com ele ganhou um Grammy por uma versão da música Velas. A cantora brasileira Simone também trabalhou com Quincy. Ela foi convidada por ele para participar de duas edições do tradicional Montreux Jazz Festival.
Seu legado está até mesmo no futebol brasileiro. Música “chiclete” da campanha da Copa de 1998, Soul Bossa Nova, foi lançada no sétimo álbum de Quincy Jones, “Big Band Bossa Nova”. A música foi tema de filmes como O Homem do Prego, de Sidney Lumet, em 1964, Um Assaltante Bem Trapalhão, de Woody Allen, de 1969, e Austin Powers – Um Agente Nada Discreto, de 1997.