A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (7), uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida com extorsão, agiotagem, jogo do bicho e outros crimes em Feira de Santana. De acordo com a PF, três policiais militares e um deputado, que tem foro privilegiado, estariam envolvidos nos crimes.
Ao todo, foram expedidos 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados.
Participaram da operação 200 policiais federais e estaduais, além de 15 Auditores-Fiscaisda Receita Federal e 6 Analistas Tributários.
Investigação
A investigação teve início após recebimento de ofício encaminhado pelo Ministério Público do estado da Bahia, relatando graves ilícitos penais que estariam sendo perpetrados na região. Com o aprofundamento das diligências, colheram-se elementos
probatórios que revelaram a participação dos indiciados num grupo miliciano e evidenciaram parte de sua estrutura, inclusive o seu poderio econômico.
A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, bem como propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de
dinheiro.
Observou-se a participação de três policiais militares do estado da Bahia, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos.
A operação contou com o apoio do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT), Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual(GAECO) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia (CORE).
A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.