Na manhã desta terça-feira (31), funcionários do ferry-boat, cujo os serviços são da concessionária Internacional Travessia, fizeram um protesto no Terminal de São Joaquim, em Salvador, reivindicando mais segurança para exercer o trabalho. A manifestação foi realizada depois que dois colegas foram agredidos no domingo (29) por homens no Terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica.
Nesta manhã, o ferry de 7h acabou não saindo e o das 8h teve atraso, o que trouxe prejuízo para os usuários. Já em Bom Despacho, às 9h não ocorreu viagem no terminal como é de costume. Um dos funcionários agredidos teve uma lesão no braço direito e ficou com hematomas no rosto. Identificado como Daniel, ele trabalha como controlador de tráfego, no setor de acesso de pedestres.
Em entrevista para a Rádio Sociedade da Bahia, Reginaldo Zorante, comandante do Ferry Boat Dorival Cayme e Porta-voz dos funcionários da Internacional Travessias, afirma que “resolvemos chamar a atenção da empresa em dizer: ou ela vai cumprir a sua responsabilidade – que é assegurar o seu funcionário e contratar uma empresa de segurança – ou, do contrário, no dia 15 de fevereiro, nós iremos parar o sistema por tempo indeterminado. Não tem como você trabalhar sem segurança e, infelizmente, a empresa está levando a isso”. Ainda segundo o Comandante, essa escolha é importante para evidenciar o transtorno que a população enfrenta diariamente, como o tempo de espera na fila, e a urgência na minuciosidade sobre a insegurança que costuma operar.
O colaborador ainda informa que a sugestão de diálogo foi proposta para o representante da empresa para reforçar a segurança e trazer melhorias, no entanto, a justificativa trazida aos trabalhadores é de que a segurança é um gasto exacerbado. “Olha a visão da empresa: investir em segurança é muito caro. Ou seja, você vai colocar os seus funcionários em situação como ocorreu no último domingo, e para ele é normal. Eles acham que o funcionário é uma peça de reposição: quebrou, coloca outro.”
Em nota, a Internacional Travessias Salvador responde que:
“1. A empresa tem equipe de segurança que atua dentro das instalações, ainda assim, devido ao número de pessoas em momentos de maior demanda, vem realizando esforços para ampliar a segurança nas áreas dos terminais, inclusive com solicitação formal junto à Polícia
Militar, que nos atende, na medida das possibilidades, dentro da parceria existente.
2. O caso de agressão ocorrido recentemente foi pontual e fortuito, com os agressores identificados e detidos; eles estavam alterados por uso de bebida alcóolica, um caso de polícia.
3. A empresa tem total solidariedade pela equipe de profissionais que trabalha nas áreas, em especial as de linha de frente, e atua para garantir sua segurança. Estamos em contato frequente com o sindicato, inclusive solicitando seu apoio, para entendimento e soluções que contemplem as questões aqui mencionadas”, pontuou.
Foto: Rogério Alves/Rádio Sociedade da Bahia